Este artigo se propôs a conferir se havia necessidade de alguma atualização da tese “Campos em confronto: a terra e o texto” de Christa Berger, dez anos depois de sua realização. Do mesmo modo que Berger, analisamos a relação estabelecida entre o Movimento Sem Terra (MST) e o jornal Zero Hora (ZH). O corpus da pesquisa foi composto por notícias, editoriais, artigos, colunas e cartas de leitores publicados em ZH, que mencionaram o MST ou a reforma agrária, durante o mês de março. Este mês é representativo porque aconteceu, no Rio Grande do Sul, a invasão de uma fazenda, a 2a Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, organizada pela ONU/FAO e um episódio de destruição de um viveiro de mudas de eucalipto em protesto contra a expansão da monocultura desta árvore. Os resultados mostraram que o livro citado continua extremamente atual.