Em muitas situações o mercado da comunicação parece fechado e difícil para o profissional encontrar o seu lugar. João Henrique Lima, aluno do 6º semestre de Publicidade e Propaganda na Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS e ex-estagiário no Espaço Experiência, e Juliana Toazza, formada em Design Estratégico na Unisinos, resolveram criar o próprio espaço.
A Logon Store faz logotipos e complementos para pequenas empresas terem a chance de possuir uma imagem empresarial profisional. “A gente se sente feliz em poder ajudar essas pessoas, já que normalmente esse serviço é muito mais caro que o nosso”, explica Toazza.
Os dois alunos conversaram com o Portal Eu Sou Famecos e contaram sobre a ideia, o processo de criação e outros pontos no cotidiano de uma empresa autônoma. Confira!
Como surgiu a ideia e por que vocês decidiram fazer isso?
A gente queria unir PP e Design, que são nossas áreas. Vimos que não havia alguém que fizesse logotipos de qualidade para pequenas e microempresas. No início, tínhamos os logotipos já prontos, e o cliente podia apenas fazer algumas adaptações. Mas começaram a surgir pedidos mais personalizados e resolvemos mudar.
Mesmo cobrando um preço mais barato, buscamos sempre fazer o nosso melhor trabalho o público alvo.
De que forma o cliente faz o pedido pra vocês?
É tudo de forma virtual. A gente tem um portfólio com 18 trabalhos diferentes. Entre eles logotipo, cartão de visita, papelaria, namings, slogans, é tudo que uma empresa pequena possa precisar para criar uma identidade corporativa. A pessoa pode comprar por pacotes, ou os produtos separados. O nosso foco é logotipo, mas às vezes as empresas já os tem e precisam de todo resto do material gáfico, como cartão de visita. Então a gente oferece todo o pacote.
Geralmente a pessoa entra em contato porque precisa de um logotipo. Às vezes nos passam alguma ideia que eles têm, outras a gente faz toda uma pesquisa sobre a empresa, os concorrentes, a gente cria tudo.
Quantos trabalhos vocês já fizeram nesse mês que começaram?
Fizemos cerca de 7 ou 8 trabalhos, entre eles projetos sobre o meio-ambiente, pra personal trainner. São todos profissionais autônomos, que são nosso foco principal. Atualmente, estamos envolvidos com três, uma com uma construtora, outro com empresa de guinchos e outra de som automotivo.
Vocês já trabalharam sendo subordinados a alguém. Como é, a partir de agora, serem seus próprios chefes?
É muito bom porque nós podemos fazer nossos horários. Em compensação, trabalhamos bem mais porque é uma coisa nossa, que a gente gosta e se dedica muito mais.
Não temos como dizer exatamente quanto tempo trabalhamos, mas com certeza são mais do que oito horas. Às vezes até doze.
E o processo de criação do produto. Como funciona?
Depois que a pessoa faz o pedido, a gente envia uma ficha com questões sobre sobre concorrente, clientes, mercado, funciona como um briefing. A gente pega esse material, faz umas pesquisas e começa pelo brainstorm. Acreditamos que somos bem complementares no brainstrom, atingimos vários pontos de uma mesma questão. Sempre procuramos criar maneiras diferentes de abordar os assuntos.
Quando o cliente nos responde aquelas questões, ele já faz o pagamento. Depois disso, temos de 7 a 10 dias para entregar o trabalho pronto. Se o cliente não gostar, ou quiser fazer alguma alteração, ele pode fazer até ficar totalmente satisfeito.
Por último, já com o logo pronto, ele aprova e faz um depoimento pro nosso site, contando toda a história, qual era o problema da empresa e como foi o processo. Isso agrega mais valor e dá a sensação de que o trabalho foi mais especial.
De onde vêm as inspirações de vocês para a criação dos logos?
A gente busca um nível de qualidade semelhante ao das empresas de design do exterior, em que o trabalho é muito mais forte e valorizado. Por isso, temos cerca de 30 sites de referências de design gráfico e logotipo. Lá, a gente fica por dentro de tudo que tá acontecendo nesse âmbito. Com isso, a gente tem noção do que é bom, ou não.
E uma última dica: o que vocês diriam para alunos que pensam em abrir o próprio negócio?
A primeira coisa que a pessoa tem que fazer é entender muito bem o mercado onde vai atuar para saber o que já existe e o quão bom é isso. Se tu entrar com a mesma proposta de outra empresa, já está perdendo, a não ser que muito dinheiro seja investido.