Abissal foi a primeira obra a ter um cenário construído na estrutura do Estúdio A (Foto: Cristina Lima)
Foi filmado nos dias 26, 27 e 28 de julho o curta-metragem Abissal, do diretor e roteirista Bruno Dariva, no Estúdio A do Centro Tecnológico Audiovisual do RS (Tecna). O projeto é realizado por estudantes do curso de Produção Audiovisual da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS. O projeto é o vencedor do edital de inverno Teccine-Tecna, promovido pela Faculdade.
A produção é assinada por Peter Marchi, responsável pela parte financeira e burocrática do filme. Ele arrecadou e administrou o orçamento, fez o cronograma e o plano de produção, trabalhou com as assinaturas de contrato dos atores e marcações de ensaios, comprou os materiais necessários para a montagem do cenário e os levou para Viamão. “Fui o elo de ligação entre a equipe, os orientadores e os funcionários do Tecna”, afirma.
O enredo retrata uma porção da solitária vida de João, um homem de idade avançada que vive isolado da sociedade em uma casa submarina. A vida do idoso, no entanto, começa a tomar novos rumos a partir de uma visita inesperada, que o faz reviver sentimentos esquecidos. Para Marchi, as possibilidades de iluminação que o Estúdio A ofereceu para a produção do curta foi o maior diferencial que os produtores notaram entre um estúdio profissional e um estúdio amador. “Tudo muito diferente do que estávamos acostumados”.
Erguer as paredes da casa submarina, segundo o Diretor de Produção, foi o maior desafio da equipe. Ele explica que a Diretora de Arte, Alice Treméa, já tinha realizado um trabalho parecido no filme “Clementina”, por isso conseguiu auxiliar em Abissal. “Nós erguemos os drywalls, parafusamos uns nos outros e os equilibramos com o auxílio de ripas de madeira, um trabalho que nos tomou uma tarde inteira”.
João é um idoso que preferiu viver nas profundezas do oceano (Foto: Arquivo Abissal)
Entre os diferenciais do projeto, está a utilização de um plano filmado com o auxílio de um aquário, que foi posicionado em frente à câmera para alcançar uma imagem mais opaca e turva, simulando a visão externa através da janela da casa submarina. Além disso, outra técnica importante foi a utilização de uma bacia com pedaços de espelho submersos. “Esse efeito refletia o feixe de luz do refletor e deu ao cenário a ambientação que precisávamos, reproduzindo a ondulação das ondas”, avalia.
Acostumado a realizar apenas trabalhos para as disciplinas da Famecos, Marchi revela que a principal diferença de uma produção à parte da faculdade é o orçamento. Em uma produção universitária, explica o aluno, todo o dinheiro envolvido é retirado dos bolsos dos produtores. “Isso nos limita um pouco criativamente, porque tudo o que fazemos é pensando no menor gasto possível para a equipe”, finaliza. Para arcar com os custos do Núcleo de Arte, que concluiu seu trabalho antes do início das filmagens, os estudantes criaram uma campanha de crowdfunding. A arrecadação termina em 15 de setembro.