Luciana Genro (PSOL), ex-deputada federal e estadual, conversou com os alunos do primeiro semestre de Jornalismo da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS, na manhã dessa segunda-feira (28). Com o seu recente retorno da Grécia, a filha do governador Tarso Genro (PT) compartilhou com os estudantes o seu olhar sobre a crise econômica europeia, além de responder a questões relacionadas ao recém lançado livro “Direitos Humanos: Brasil no banco dos reús”, de sua autoria, e aos problemas eleitorais que enfrentará para lançar sua candidatura ao cargo de vereadora neste ano.
Durante a conversa, a ex-deputada destacou um dos pontos tratados em seu livro: a necessidade de o Brasil superar a posição que ocupa no cenário mundial como um dos países mais atrasados quanto à Justiça de Transição, medidas adotadas quando um país transita de um regime autoritário para um regime democrático. “O livro mostra que o Brasil precisa mudar. Em função da Lei da Anistia, o país foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. Infelizmente, mesmo com a Comissão da Verdade, a situação não deve se modificar”, afirma.
Luciana afirma que pretende lutar pelo direito de concorrer ao cargo de vereadora nas próximas eleições. A Justiça Eleitoral entende que parentes de até segundo grau dos detentores de cargos executivos não podem concorrer. Como ela é filha do governador, a norma a deixa inelegível. “Eu concordo com a lei. O problema é que se o objetivo da norma é impedir a exploração de prestígio de um parente por outro, não se aplica ao meu caso. O espírito é evitar oligarquias familiares, mas eu tenho anos de militância e pertenço a um partido que faz oposição ao do meu pai”, enfatiza.
O encontro de uma hora e meia, que também tratou de assuntos como a homofobia, a formação do PSOL e a corrupção, foi promovido pelo professor Juremir Machado da Silva, para a cadeira de Técnicas de Reportagem e Formas Narrativas. “Sempre convido políticos, jornalistas e escritores para participarem das aulas. Faço isso e considero fundamental para divididir experiências e debater temas polêmicos. Essa é uma maneira de colocar o aluno em contato com o mundo real”, ressalta Silva.