Desde 1973 o Festival de Cinema de Gramado faz parte da agenda cultural do Rio Grande do Sul. A edição desse ano, que acontece do dia 26 de agosto ao dia 3 de setembro, tem a participação do Tecna – Centro Tecnológico Audiovisual do RS, com uma equipe composta por oito estudantes e três professores da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS (Famecos), além de três profissionais do Centro.
Em parceria com o Tecna, o Festival disponibilizou uma sala de produção em frente ao Palácio dos Festivais, que dispõe de equipamentos da Famecos e se tornou a base do Centro. Os alunos presentes estão divididos em três equipes e cada uma ficou responsável por projetos. ”Todos os dias estamos produzindo, montando, editando. Desde o briefing até a pós-produção, é uma correria, porque até a entrega do material pode dar algum problema” diz Nathália Pase, estudante da Faculdade.
A série que está sendo produzida pelos alunos foi batizada de Almanaque. Nos primeiros episódios foram mostradas entrevistas com críticos de cinema, com Carlos Gerbase, cineasta e professor da Faculdade, e um quiz animado. Uma nova parte é produzida e lançada todos os dias, entre a exibição dos filmes principais na Grande Tela. Entre os projetos também está um vídeo de bastidores com os realizadores do evento que não recebem tanto destaque na mídia, como o profissional que projeta os filmes e que exerce a função há 37 anos ou o segurança.
Segundo a professora da Famecos Aletéia Selonk, o evento reconhecido na América Latina trabalha com os dois focos do Centro: negócios e produção de conteúdo. O Festival promove, além da mostra de Cinema, as rodadas de negócio. Esse ano, vinte e três produtoras latinas de audiovisual e nove grandes distribuidoras de conteúdo estão participando. O Tecna proporciona aos produtores uma capacitação antes de participarem da entrevista, onde cada um tem 20 minutos para apresentar um projeto específico a um comprador. A coordenadora, Aletéia, também está participando de diversas conversas com empresas para divulgação das atividades do Centro, que procura ganhar espaço na indústria Audiovisual, e prospectando futuros usos da estrutura que conta com estúdio de cinema e TV com mais de 400 metros quadrados, salas e edição e finalização de imagem e Incubadora Criativa.
Para o Professor Silvio Barbizan, que também está representando a Famecos no Festival, o mais importante da presença do Tecna é a oportunidade dada aos alunos de realizar e mostrar um trabalho relevante, produzido em vários formatos, conviver com profissionais da área e ter contato com a imprensa. Ele também conta que a rotina, que consiste em trabalho da manhã à noite, foi mais movimentada nos dois primeiros dias. A partir do terceiro dia, a equipe já estava com o ritmo de trabalho estabilizado.
”Eu sou natural de Gramado e acompanhei o festival durante 17 anos como outra pessoa qualquer, e saí daqui querendo trabalhar com cinema. Então, o que mais está me marcando é ter a chance de poder voltar e mostrar o quanto eu já aprendi e o quanto eu ainda tenho que aprender’’, conclui a estudante Nathália, que também destaca o reconhecimento dado ao trabalho realizado por eles.