Palestrando dentro da temática “Qual é a cara do público?” do 22º SET Universitário, Ana Vilela, gestora da Casa Fiat de Cultura, esteve na manhã desta terça-feira, 29, no auditório do Prédio 9 da PUCRS. Formada como jornalista e relações públicas, Ana se destaca com sua experiência em relacionamento com os diversos públicos através de estratégias culturais.
“Fazer o bem e contribuir para o desenvolvimento social, ambiental e cultural é um dever da empresa. Isso acaba gerando benefícios para a sociedade e, por consequência, melhora a reputação da marca. Trata-se de um ganho de ambos os lados”, afirmou a gestora logo no início de sua exposição, que teve uma duração de cerca de duas horas.
Para ela, as empresas buscam cada vez mais investir culturalmente porque esta ação valoriza a marca, sua reputação com a cidadania e o relacionamento. O aumento dessas iniciativas, hoje em dia, se dá devido ao fomento das Leis de Incentivo a Cultura, aliadas a uma necessidade de se diferenciar em meio ao acirramento da concorrência.
A empresa
Entre os diversos assuntos abordados, Ana traçou um panorama desde o surgimento da Fiat no Brasil, há 33 anos, e todas as ações que já foram criadas ou apoiadas pela empresa. “A Fiat considera o investimento cultural como o foco principal, pois se relaciona diretamente com a educação e a cidadania”, sentencia.
Por isso, desde os anos 70, houve um fomente da música, da dança e das publicações, também apoiando restaurações de patrimônios em Minas Gerais. Na década de 80, houve a criação do show de talentos “Concorrência Fiat”, um espaço onde muitos artistas puderam iniciar suas carreiras. Em 1990, a empresa voltou-se para a educação e o ensino, produzindo concursos culturais entre as escolas. Por fim, em 2006, foi aberto o Centro Cultural em Minas Gerais.
O trabalho da Casa Fiat de Cultura inclui oito exposições em três anos, contando com mais de 300 mil visitantes e 70 mil no programa educativo. Esta proposta oferece ônibus gratuito para as escolas, material didático que será aproveitado em aula e visitas orientadas. “Esse tipo de visitação é bem diferente da que é ‘guiada”, onde um monitor leva os visitantes para um passeio, sempre com o mesmo discurso. Nós temos educadores, formados em História da Arte ou Design, que proporcionam uma experiência diferente para cada tipo de público”, relata.
Além do destaque para toda a programação que esteve em exposição, Ana mostrou o trabalho realizado com deficientes visuais e outros portadores de necessidades especiais e a doação feita após as mostras de todo o material utilizado, que é reciclado ou reaproveitado por ONGs.
Entrevista com Ana Vilela no 22º SET Universitário