Regiões Sul e Sudeste foram as que registraram menor índice de interesse pela leitura (Foto: Letícia Monteiro)
O projeto 18/34, elaborado pelo Núcleo de Tendências e Pesquisa, do Espaço Experiência da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS, pesquisou ideias e aspirações do jovem brasileiro. Um dos objetivos da pesquisa foi investigar hábitos de mídia e lazer dos públicos pesquisados (jovens com idades entre 18 e 34 anos).
No total foram entrevistados 1,5 mil jovens, representantes das cinco regiões do país. Na região Sul, 218 responderam à pesquisa, que continha 35 perguntas sobre dados básicos, hábitos de lazer e consumo, sonhos e mídia.
Um dos questionamentos foi quais atividades o jovem realiza com mais frequência. Entre as opções, estavam: acessar redes sociais, buscar informações e/ou notícias na internet, jogar em apps e/ou games, ouvir música, assistir TV, praticar esportes, ir a restaurantes e ler jornal/revista.
Os resultados da avaliação comportamental foram os seguintes: 72,7% dos jovens brasileiros acessam a internet, e apenas 8% leem jornais e revistas. Rádio, televisão e revistas são os ítens menos utilizados.
As regiões Sul e Sudeste apresentam menor interesse em busca por informação (42,7% e 44,8% respectivamente) comparado a outras regiões. Enquanto o maior índice de busca por informações está nas regiões Cetro-Oeste (51,3%), Norte (56,3%) e Nordeste (50,8%).
O professor da Famecos Tibério Vargas comenta estes dados. “Esta é uma preocupação recorrente, que vem detectando a falta de adesão dos jovens para a leitura. Acredito que não há como concorrer com a internet. Não se sabe até que ponto este será um rito de passagem”. Vargas acredita que banalizar jornais e revistas faz com que se perca o leitor atual. “Quando a pessoa não lê algo é porque aquela leitura não diz respeito a ela, e não é atrativa o suficiente. Não se deve banalizar a leitura”.
Ele observa que a Geração Y é fissurada pela internet e por séries, mas não deixa de ler livros, pois estes são mais atrativos que jornais e revistas. “As tentativas e ferramentas de atrair os jovens para jornais são falhas. Devemos incentivá-los a ler o que querem ler”. O hábito da leitura é o principal ponto que deve ser observado e incentivado. “Quem adquire este hábito passa a ler de tudo, seja na internet, seja em impressos. Os jornais, muitas vezes, não apresentam o que é interessante para o jovem. Há 20 anos, se dizia que o jornal impresso seria elitista, e hoje vemos uma grande quantidade de jornais populares. Isso significa que o mundo, as pessoas, as questões e as verdades mudaram”.