Luiz Bras (pseudônimo de Nelson de Oliveira) é o autor do projeto colaborativo de escrita (Foto: Letícia Monteiro)
Uma nova experiência na criação literária está sendo testada pela Editora Sesi-SP. Aquele escritor solitário que antes deixava suas ideias voarem e as registrava num papel não está mais sozinho. Esse novo teste permite que os leitores participem da criação, acrescentando sugestões para o desenvolvimento e os rumos da história. O processo de produção coletiva na literatura não é novidade, o que muda é a plataforma onde é feita.
O projeto consiste em uma interação entre leitores e autores durante a escrita. Depois de o escritor publicar parte da história em um blog, os leitores mandam comentários. Ele filtra as mensagens, aceita ou não as sugestões e, então, escreve o capítulo seguinte. O processo se reinicia a cada 15 dias.
O autor que aceitou o desafio de participar da modalidade da Editora Sesi-SP é Luiz Bras (pseudônimo de Nelson de Oliveira desde 2012 para assuntos de ficção). A história é um romance juvenil de aventura, que deve ter entre 10 ou 12 capítulos, e a duração do projeto é de cinco ou seis meses. Os capítulos podem ser acompanhados pelo blog Participe do Romance.
Rodrigo de Faria e Silva, editor-chefe da Editora Sesi-SP, conta que a ideia de desenvolver esse projeto veio da necessidade de divulgar o Clube do Livro, outra ação de estímulo à leitura do Sesi-SP. Entretanto, acabou ganhando uma proporção mais voltada ao âmbito da criação coletiva e não somente da leitura.
Segundo Silva, essa ferramenta é benéfica para todos os envolvidos. Ele afirma que promove a marca da editora, cria a possibilidade de outros projetos surgirem e sentido de pertencimento ao processo de criação literária aos leitores. Além disso, provoca uma literatura diferente para os autores, tirando-os da zona de conforto. O editor-chefe acredita que possam estar contribuindo para a construção de uma nova forma de criação literária. “Acima de tudo, estamos curiosos para saber como será a aceitação desta obra também entre aqueles que não participaram do projeto”, afirma.