O estudo analisa o sucesso editorial de Coração. Diário de um menino (1886), de Edmundo De Amicis (1846-1908) − recomendado como livro de leitura para meninos de 9 a 13 anos, na escola brasileira. Através da narrativa confessional, a obra procura educar e moldar o leitor, na perspectiva de ensinabilidade da moral e das virtudes cívicas, fortalecendo o caráter nacional do futuro cidadão. No período da Primeira República (1889-1930), o caráter nacional foi fortalecido através da educação moral, cívica e religiosa − eixo das preocupações para os que almejavam o controle das relações e estruturas sociais para regenerar o País. A obra representa os valores da ilustração brasileira quanto ao projeto pedagógico republicano de formação do novo homem para o novo regime − crença ilustrada nas virtudes da instrução moral e cívica, como forma de manter a ordem social.