Na manhã desta sexta-feira (31), o jornalista e empresário e fundador da agência de conteúdo Fronteira, Alexandre de Santi, conversou com estudantes de Jornalismo da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS. A entrevista coletiva com os alunos foi realizada durante a aula de Jornalismo Online I, coordenada pelos professores Andréia Mallmann e Marcelo Trasel.
Santi foi repórter de economia e política de Zero Hora e responsável por planejar e coordenar o lançamento do caderno ZH Dinheiro. Também fez trabalhos como repórter freelancer no ClicRBS e na rádio Band AM.
Santi contou que optou pelo jornalismo por grande influência do pai e nunca pensou em fazer outra coisa, pois na escola era muito elogiado pelos textos que escrevia. Após trabalhar 10 anos como repórter de rádio e jornal, decidiu fundar a empresa Cartola, em 2010. “Cansei de trabalhar em jornal. É tudo muito quadrado”, critica.
De acordo com ele, a grande influência para abrir a agência de comunicação foi ter trabalhado em uma editoria de economia, quando teve a oportunidade de frequentar palestras e compreender termos específicos. A vontade de manter uma estabilidade financeira e o fato de já estar esgotado das redações dos jornais o impulsionou a abrir o próprio negócio.
A ideia de criar a Cartola surgiu quando era freelancer e sentia necessidade de dividir as pautas com outras pessoas. “Sair da imprensa é algo que nem todos podem conseguir. A ambição financeira no jornalismo é restrita”, declarou. Porém, a vontade de continuar escrevendo reportagens fez Santi aceitar o convite para ser sócio da agência Fronteira. “Na Cartola eu teria que virar mais gestor de negócios do que repórter, por isso me associei à Fronteira”, justifica.
Santi também debateu com os alunos sobre a polêmica de que a profissão é pouco valorizada. “O dinheiro não está associado ao jornalismo. Em um jornal o lucro não é o que interessa”, definiu. Para o empresário, é preciso beneficiar o produto final e focar na qualidade. “Estou conseguindo atingir o meu objetivo que é sugerir mais pautas e as minhas histórias. Eu faço projeções financeiras, mas não procuro me importar tanto com o lucro”.