Profissionais do Correio do Povo participaram de palestra na noite de quinta-feira (Foto: Maiara Benincá)
Integrando a semana de comemorações dos 120 anos do jornal Correio do Povo, a palestra E os Próximos 120 anos? O Futuro do Jornalismo encerrou a noite de quinta-feira na Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS. Mediada pelo jornalista e professor Juremir Machado da Silva, a noite contou com a presença de Telmo Flor, diretor de redação do jornal, Marcos Santuário, editor de cultura, e Márcio Gomes, coordenador de web.
Os jornalistas discutiram o futuro dos jornais impressos, novas tecnologias e a transformação da profissão ao longo dos anos. Para Telmo Flor, o jornalismo sempre foi questionado quanto a sua duração e, há 30 anos, já havia pessimismo. “Na primeira palestra que eu ouvi sobre jornalismo, nos Estados Unidos, disseram que ele acabaria em cinco anos. Com o surgimento da internet, acreditavam que iria chegar ao fim”. Contou ainda que foi o primeiro na redação do Correio do Povo a usar um computador. “Antigamente, diziam que jornalista não podia usar computador, que era coisa de digitador. Eu e a Rosane de Oliveira fomos os primeiros a realizar um cursinho dentro da redação para aprender a usar”.
Márcio Gomes acredita que a internet complementa o trabalho realizado na parte impressa e que um núcleo precisa do outro. Para ele, o grande desafio é atrair o púbico, que costuma estar o tempo todo conectado a diversas mídias. “No meio de tantos estímulos que a internet tem, precisamos buscar o que é interessante e atraente para nossa matéria online”. Para ele, o grande desafio é mesclar o que os jornalistas acham importante com aquilo que o público quer. “Se na web já é difícil prever os próximos dois meses, nem imagino os próximos 120 anos. Mas independente dos recursos, o importante é contar uma boa história”, afirmou.
Marcos Santuário lembra que também tinha as dúvidas que os estudantes têm atualmente. Hoje acredita que questionar quem fala sobre futuro é importante, pois não há nenhuma certeza concreta, apenas apostas. O jornalista fez quatro reflexões sobre futuro: acredita que estaremos mais conectados, mais informados, mais integrados e cada vez mais globalizados. “Não sei qual o futuro do jornalismo. O que eu sei é que ele tem futuro”, finaliza.