Uma feira de produtos orgânicos é um manifesto pela vida, onde o alimento é o instrumento de aproximação. Este foi o conceito defendido por Nelson Diehl, ativista ecológico, durante a palestra Café Solidário, realizada na última quarta-feira (13), no prédio 5 da PUCRS. O evento ocorreu em parceria com a Incubadora de Empreendimentos Solidários e Tecnologia Social da universidade.
O objetivo foi incentivar a economia beneficente e seus empreendimentos. Diehl e Antonio Cruz, doutor em Economia e professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), contaram suas experiências na área e debateram as possibilidades de uma alimentação mais saudável. Diehl é um dos coordenadores da Feira de Agricultores Ecologistas, que acontece aos sábados pela manhã na Avenida José Bonifácio, no Parque da Redenção, em Porto Alegre.
Desde 1989, 41 bancas permanentes disponibilizam produtos livres de agrotóxicos e insumos químicos para o consumidor. Segundo ele, não há como produzir um bom alimento se a relação com a natureza é desrespeitosa. Por isso, os feirantes se preocupam com todas as questões que envolvem o meio ambiente.
Cruz também falou sobre as vantagens de ter uma alimentação consciente. Para ele, a agroecologia é uma tecnologia natural necessária, pois proporciona mais qualidade de vida e bem-estar a quem consome. O professor é colaborador da Organização Bem da Terra, uma rede de empreendimentos econômicos solidários. Ele enfatizou a relevância da participação de uma universidade em relação ao tema: “Se não contribui de alguma maneira para a sociedade, está deixando de cumprir um papel importante”, afirmou.
Entre os espectadores da palestra estavam alunos da Fundação Pão dos Pobres. Gisele Varani, professora do técnico em Fabricação Mecânica, salientou: “É necessário conhecer empreendimentos diferentes, como os de economia solidária, pois a sala de aula é o mundo e pode-se aprender em todos os espaços”.