O presente artigo parte de uma abdução: será o modelo abstrato de receptor proposto por Umberto Eco tão pressupostamente teórico que não se pode entendê-lo a partir de um sujeito concreto?! A hipótese central, pois, é a de que para construirmos estratégias de leitura que nos levem a ler o mundo como um grande texto, estamos a priori, entendendo que há um sujeito que infere sobre os fatos, os acontecimentos e cria abduções sobre estes mesmos acontecimentos, reconstituindo de forma experimental o processo de construção do sentido. Assim, a geração de conhecimento como a entende Charles Sanders Pierce contém, em si mesmo, três tipos de argumento e portando, três formas de inferência, sendo que quem infere é o sujeito da relação concreta deste mesmo conhecimento. Neste sentido, desdobramos a figura do receptor modelo no perfil do sujeito que, conhece o mundo como um universo de sentido.