Promovido para debater a onipresença tecnológica no cotidiano contemporâneo, o 3º Encontro de Ubiquidade Tecnológica (UBITEC) encerrou suas sessões de palestras e debates na noite da última quarta-feira (25). Realizadas no auditório do prédio 7 da Famecos, as últimas apresentações do dia foram marcadas pelo ativismo digital e pela inovação na tecnologia.
O atual debate sobre espionagem por meios tecnológicos foi tema da palestra de Fernanda Bruno, professora de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ao lado de Renata Lemos, professora de Design no Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB). “A ubiquidade é um dos mais antigos sonhos da vigilância. Muito anterior que os drones e a tecnologia em nossa vida”, assegurou Fernanda. As professoras abordaram a banalização da estética da vigilância e, através de antigas obras de arte, apresentaram uma espécie de genealogia da relação entre espionagem e ubiquidade, indo do “olho de Deus”, na arte cristã, até a onipresença dos drones, no Oriente Médio.
Professor de jornalismo multimídia da University of Central, na Inglaterra, John Mills foi a atração de encerramento do encontro. O britânico apresentou duas etapas do protótipo de um jornal impresso interativo, cujas páginas possuem um pequeno hardware interno que aciona o áudio das notícias com um simples toque. O projeto, que ambiciona mudar o rumo da mídia impressa, teve início assim que Mills notou o dilema que o jornalismo comunitário se encontrava, entre a falta de interesse pelas versões online e o impasse econômico das versões em papel. Os atuais protótipos ainda são inviáveis para produção em grande escala, assim como a reação e o comportamento do público são incógnitas. As possibilidades de aprimoramento, porém, já estão em desenvolvimento, como um adesivo-hardware adaptável a todas as páginas de uma edição. Milss encerrou a palestra frisando a importância da relação entre os jornalistas e os códigos de html, que tende a se estreitar nos próximos cinco anos.