Na última terça-feira a noite, no auditório do prédio 9 da PUCRS, se revezaram experiências do segundo funcionário mais antigo de Zero Hora, o colunista Paulo Sant`Ana, e do atual diretor de redação e ex-repórter Ricardo Stefanelli. Sob o olhar atento de 350 alunos da Famecos, eles falaram sobre os 45 anos do jornal, completados nos último dia 4 de maio.
Lições aprendidas por Sant´Ana, ao longo de seus 37 anos de exercício na redação foram contadas por um cronista bem humorado. Denominando-se o jornalista mais famoso do Rio Grande do Sul, contou de um leitor que o admira ao ponto de colar suas colunas na parede da cozinha.
Sant´Ana declamou poemas brasileiros, e aproveitou para dar um conselho de Paulo aos alunos: ler, ler e ler. “Por meio da leitura é que se aprende a escrever e refletir sobre os acontecimentos do mundo”, ensinou. Algo que aplicou em sua carreira em Zero Hora, pois não possui formação acadêmica de jornalista, mas com sensibilidade e percepção conquistou seu espaço, ao transferir para a escrita o que o leitor pensa, sente e quer ler.
O cronista revelou hábitos e frustrações, como o costume de dormir para estimular as ideias que serão abordadas na sua coluna. Admitiu ainda uma grande angústia com a violência urbana, fenômeno que acompanha diariamente nas manchetes do veículo em que trabalha.
Revivendo o passado e festejando o presente, Ricardo Stefanelli reencontrou amigos e professores dos tempos de estudante da Famecos, onde se formou em 1980. Após duas décadas atuando como repórter, assumiu, no ano passado, como diretor de redação. Confessou sentir-se orgulhoso em ver, que juntamente com ele, a maioria dos 700 funcionários do jornal são graduados pela Famecos.
Em um ano especial para o jornal, Stefanelli quer instituir sua marca como gestor : a precisão, Característica essencial para trabalhar na redação. Fascinado pela profissão, entende que nos dias de hoje é preciso ser multimídia, aprimorar-se para ser acima da média e, assim, conquistar espaço e reconhecimento num mercado cada vez mais exigente.
Segundo Stefanelli, a competição é o que move Zero Hora em tempos de crise. Motivo pelo qual o veículo tem priorizado o jornalismo-análise. É a observância desse fator que o jornal credita seu sucesso, mesmo com a diversidade das mídias. Num mundo onde há informação abundante, analisar e levar o leitor a raciocinar, é nisso que o jornal pretende surpreender o público. “O resultado é notório, o crescimento de circulação e assinaturas está ocorrrendo”, diz.