A Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS venceu pela terceira vez consecutiva o Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo na categoria Acadêmico. Para marcar a trajetória de três décadas, esta edição escolheu o tema “30 anos em busca da verdade e da justiça”, destinada a destacar trabalhos que tenham se distinguido por sua qualidade na abordagem de assuntos socialmente relevantes. O Editorial J, um dos laboratórios do Espaço Experiência, conquistou, entre 18 trabalhos inscritos, a primeira colocação com o documentário Harald Edelstam: o nome da esperança. O terceiro lugar também ficou com a Famecos através da reportagem Infiltrados na universidade, destaque da última edição impressa do Editorial J.
O documentário Harald Edelstam: o nome da esperança recebeu o primeiro lugar. O filme foi produzido pelos estudantes Fernando Bacoff, Bibiana Dihl, Mariana Romagna e Yasmin Luz, com a orientação dos professores Marco Villalobos, Ivone Cassol, Fábio Canatta e Paula Puhl. Segundo Villalobos, a obra é uma homenagem ao embaixador sueco que dá nome ao projeto e que foi responsável por salvar centenas de vidas durante golpe militar no Chile. “O cara foi um exemplo de solidariedade. Salvou vários brasileiros e uruguaios que foram se exilar no Chile até que o golpe estourou e os estrangeiros começaram a ser perseguidos. Queríamos fazer essa homenagem, até porque ele faria cem anos em 2013”, conta Villalobos, acrescentando que o filme foi feito por meio de entrevistas com pessoas salvas pelo embaixador.
As alunas Anna Cláudia Fernandes e Thamiris Mondin (8º e 4º semestre) também se destacaram na premiação. Ficaram em 3º lugar com a reportagem Infiltrados na universidade, que traz o relato de um ex-agente do DOPS/RS (Departamento de Ordem Política e Social) que espionava os universitários e reproduzia documentos para o sistema da repressão militar. A partir do relato do ex-agente, a matéria traz depoimentos de ex-estudantes que conheciam o agente infiltrado. “A ideia de fazer a matéria foi mostrar que as universidades também estavam suscetíveis à repressão”, diz Thamiris. “O prêmio é relevante porque reforça a memória e coloca em debate temas como este”, ressalta Anna Cláudia. “Sensibilizar os alunos é o prêmio mais importante que temos”, afirma Villalobos.
O trabalho classificado em segundo lugar foi o trabalho A educação de Pinochet, de Daniel Piassa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A cerimônia de entrega do XXX Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo acontece no dia 10 de dezembro, às 20 horas, no auditório da OAB/RS, e é promovida pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RS) e Secretaria Regional Latino Americana da UITA – União Internacional dos Trabalhadores na Alimentação, Agricultura e Afins – com o apoio da Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do RS (ARFOC/RS) e da ARFOC/Brasil.
Confira as partes 1 e 2 do documentário Harald Edelstam: o nome da esperança:
Parte 1
Parte 2