A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Federação Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) lançaram na última sexta-feira (29) propostas para o estágio curricular supervisionado. As instituições de ensino têm até outubro de 2015, dois anos após a publicação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), para adequar os currículos dos cursos. O estágio supervisionado passa a ser obrigatório segundo as DCNs lançadas pelo governo federal. O documento conjunto é resultado de um trabalho de quase um ano.
As entidades propõem parâmetros para nortear a prática através do documento Orientações gerais para construção de regulamentos de estágio curricular supervisionado em Jornalismo. As recomendações vão desde a carga horária (deve ser de 200 horas, não ultrapassando quatro horas diárias e 20 semanais) até o local onde a experiência poderá ser praticada (em instituições públicas, privadas e na própria universidade), passando pelo acompanhamento e avaliação do estágio (deve ser feito por um professor e um profissional jornalista no local de realização do estágio). Além disso, as orientações determinam que o estudante só deve exercer atividades ligadas ao jornalismo.
A preocupação que os veículos de comunicação utilizem estagiários em troca de profissionais diplomados é o que baliza a posição contrária das entidades sobre a obrigatoriedade do estágio. “Esse tema sempre foi local de tensão. Não foi possível retirar isso do currículo. Então, criamos as orientações”, explica o presidente da Fenaj e professor da Faculdade de Comunicação Social (Famecos), Celso Schröder. Com a resolução das diretrizes nacionais, o número de vagas para estagiários deve aumentar. A Fenaj e o FNPJ recomendam: de um a cinco jornalistas, um estagiário; de seis a dez, dois estagiários; de 11 a 15, três estagiários; e de 16 a 26, quatro estagiários.
O papel do professor será importante para o aprendizado do aluno. Para Schröder, eles desempenharão as funções de fiscalizadores. Com a possibilidade de realizar estágios fora da universidade, cada curso teria que disponibilizar docentes que fizessem a avaliação dos estudantes. “Assim como temos professores para o TCC, deve haver professores para fazer relatórios e visitas”, compara. Segundo o presidente, havia grande expectativa para a divulgação do documento, devido à demanda de pedidos de orientação por parte das universidades.