Iniciou na manhã de hoje, quarta-feira (26), a exposição Janelas do Tempo, que dá continuação às comemorações em homenagem aos 50 anos da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS. Entre os presentes na abertura estava o diretor da Faculdade João Guilherme Barone. A mostra não tem previsão de término, e deve permanecer aberta até o final do semestre.
A provocação inicial era pensar em algo que representasse a dimensão da passagem do tempo e pudesse ser contraposto com o que a Faculdade se tornou por conta desse passado. O conceito utilizado nas fotografias foi inspirado em projetos realizados por Zero Hora, Correio do Povo e MemoPoa. Fotos capturadas entre as décadas de 1960 e 1990, retiradas do Núcleo de Memória Institucional da Famecos, foram reproduzidas com o intuito de fazer uma comparação visual e despertar o sentimento de nostalgia.
As estagiárias do Núcleo de Fotografia do Espaço Experiência Caroline Pacheco, Clarissa Menna Barreto, Duda Mariné, Luísa Zelmanowicz, Mariana Corrêa e Natália Pegorer remontaram cinco fotografias históricas. Segundo elas, o processo de produção foi desafiador, levando em conta as limitações geradas pelas mudanças no campus. As fotógrafas foram, por exemplo, ao último andar da reitoria e subiram no terraço do prédio 6, buscando os mesmos ângulos e enquadramentos das imagens originais. Para os orientadores e professores Cristina Lima e Eduardo Seidl, o projeto também provocou as alunas no sentido pedagógico.”Elas tiveram que procurar o mesmo quadro, entender noções de composição e notar as diferenças entre equipamentos”, diz Seidl.
A mudança mais aparente, para as fotógrafas, foi na vegetação. Nas fotos retiradas do acervo, ela praticamente não existia. Atualmente, o prédio 7 possui seu jardim próprio, com árvores imponentes e flores que o tornam mais colorido na primavera. Onde antigamente carros circulavam e estacionavam, hoje o espaço é restrito para pedestres. Materializar, nas imagens, essas transformações choca quem viu e quem não viu a Universidade no passado.
Expostas em banners de tecido, as imagens tem 1 metro de altura e 1,5 metro de largura. De acordo com Seidl, o tamanho da fotografia intensifica algo que a linguagem fotográfica já faz por si só, que é criar consciência sobre a nossa posição na história. A contraposição ocorre por conta das diferentes opacidades: a imagem do passado está impressa em um tecido mais opaco, enquanto, na sua frente, está a imagem da atualidade, impressa em um tecido transparente. Durabilidade e possibilidade de interação foram os critérios de escolha do material. ”Não precisa de cuidado, é para galera mexer e brincar, se sentir parte da coisa”, conta o orientador.
A iniciativa é de autoria coletiva, resultado de uma troca de ideias entre os realizadores que trabalham juntos diariamente. Os participantes do projeto esperam que, além das memórias já conhecidas, outras adormecidas venham à tona. ”A história da Famecos não está nas fotografias, mas no encontro das pessoas com elas”, analisa Seidl.