“Escolhi um instrumento difícil de transmitir amor, mas dizem que eu consigo”. A afirmação de Argus Montenegro mostra o quanto tons, pratos e baquetas faziam dele um músico apaixonado pelo que fazia. A vida do baterista gaúcho resultou no documentário Argus Montenegro e a instabilidade do tempo forte, que estreia no próximo dia 20 na Capital e terá divulgação e bate-papo com o diretor Pedro Lucas na próxima terça-feira (17), às 19h, no auditório da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS.
Montenegro é considerado por músicos e críticos como um dos mais virtuosos bateristas do Brasil e do mundo. O diretor Pedro Isaias Lucas conviveu durante sete anos com ele. O documentário começou a ser rodado em 2005. No filme, o músico narra sua trajetória e a da música brasileira dos últimos 50 anos, além de apresentar suas composições.
O baterista gaúcho dividiu palco com grandes nomes da música, como Tom Jobim, Sérgio Mendes, Elis Regina, entre outros. Como músico de orquestra, conheceu os ritmos afro-caribenhos da América Central. Tocando para estrangeiros, descobriu a singularidade da música brasileira. Foi endorsee (divulgador) das Baterias Odery e possuía uma linha especial de Baquetas C. Ibañez. Foi professor de talentosos bateristas do cenário musical brasileiro, incluindo Kiko Freitas, Nenê, Daniel Batera e seu filho Zé Montenegro. Faleceu em 2008, lidando com o anonimato e dores na coluna, depois de um acidente ocorrido em uma premiação no Auditório Araújo Vianna, que o tirou dos palcos nos primeiros anos da década passada.
O longa-documentário de 80 minutos é uma realização da Artéria Filmes, em parceria com a Okna, produtora que tem direção de Aletéia Selonk, professora do curso de Produção Audiovisual (TECCINE) da Famecos. Assista o trailer.