Passada a primeira semana do terremoto seguido de tsunami que devastou o Japão, a vida segue complicada no país. O desabastecimento é geral e a energia, bem fundamental para qualquer lugar, é instável. Algumas cidades seguem sem luz, água e alimentos.
É neste cenário que a japonesa e ex-famequiana Aya Kishimoto se encontra. Moradora de Tóquio, Aya não sentiu o problema no dia, mas hoje, assim como todos os japoneses, sofre com a situação em que se encontra o país. De lá ela nos escreve mais uma vez mostrando um país com uma visão bem peculiar.
“Passou uma semana desde que o terremoto aconteceu no Japão. O número de mortos chegou 6,6 mil e de desaparecidos é 17 mil. Na área ferida, ainda faltam comidas, águas e eletricidade. Mães choram sobre a falta de leite e fraldas para bebês, e velhos apelam por remédios e cuidados. O serviço de água não está funcionando, então as pessoas não podem tomar banho nem usar banheiro.
Para tentar ajudar, as forças de autodefesa do Japão formadas pelas polícias, bombeiros e Agência de Segurança Marítima foram à área para salvar pessoas e levar comida, água, aquecedores e cobertores. Eles já salvaram mais de 25 mil pessoas. Mas ainda existe a dificuldade de acesso para ir até alguns lugares. Os trilhos dos trens, as auto-estradas e os portos foram destruídos. Por isso, ainda não chegaram ajuda suficiente.
Por causa do terremoto, aconteceram as explosões na central elétrica nuclear em Fukushima. O vapor com radioatividade foi descarregado e a geração de eletricidade não está funcionando bem.
A companhia de energia elétrica de Tóquio decidiu cortar eletricidade temporariamente ao redor da cidade, distribuindo para outras áreas a fim de levar energia elétrica intensivamente para a região afetada. Esses cortes de energia começaram no dia 14. Durante o blecaute, são desligados os metrôs, os sinais de trânsito e a iluminações de rua, além de eletricidade das casas. Foram formados cinco grupos divididos por área e a companhia de energia desliga por três horas cada uma das áreas a cada dia.
Além desta medida, o governo recomenda a todos a economia de eletricidade. Estamos controlando o uso em casa. As lojas, restaurantes e bares fecham cedo. A Tóquio movimentada e corrida é hoje uma cidade bem silenciosa”.