Os pesquisadores da área de comunicação social e estudantes já dispõem de um instrumento eletrônico para pesquisa do acervo de jornais e revistas da Famecos, além de publicações do jornalismo colonial de expressão portuguesa. O site do (Nupecc), feito em parceria com o Espaço Experiência, foi lançado no último dia 30 de maio (segunda-feira) pelo professor da Famecos e coordenador do Nupecc, Antônio Holfeldt. Para marcar a data foram organizadas palestras abertas aos alunos, .a primeira com os professores Cláudia Moura e Juremir Machado, que falaram sobre pesquisa e deram dicas para os alunos que estão fazendo a monografia. Na terça-feira (31) foi a vez de Cristiane Finger, Marques Leonam e Neka Machado contarem suas histórias em um bate-papo com o tema “O que eu era antes de ser professor”.
Cláudia apresentou as questões para delinear a pesquisa e mostrou uma tabela com o passo-a-passo da definição do tema da monografia. Ela considera muito importante fazer perguntas para saber o que será pesquisado, quando, como, onde, por que e para quem. “A dúvida norteia, ela é a coluna que sustenta todo trabalho”, afirmou a professora. Juremir Machado apresentou seu livro “O que pesquisar quer dizer” e explicou que uma monografia precisa ter pesquisa empírica, a busca de dados obtidos através da vivência do pesquisador, além da bibliográfica.
O professor explicou que pesquisar é levantar dados, como no jornalismo investigativo e é preciso estar em contato, imergir com ou no objeto estudado, observando-o ou interagindo com ele para, no fim, descobrir algo. “Normalmente, não vemos ou não procuramos algo, pois estamos baseados no senso comum. Numa pesquisa, é preciso se perguntar se esse senso comum é verdadeiro ou não”, disse Machado. Ele completou afirmando que a boa monografia não precisa esgotar as hipóteses, mas fazer uma boa pergunta e obter a resposta. “Ao final, saber o que se descobriu é o principal”, concluiu.
A segunda noite do evento foi uma conversa entre palestrantes e espectadores. Os alunos puderam participar com perguntas desde o início e questionaram os três professores sobre assuntos pessoais, dicas para a carreira e histórias de suas vidas. Cristiane Finger, Marques Leonam e Neka Machado contaram que os convites para lecionar surgiram por acaso. Neka tem uma história curiosa: ainda fazia sua segunda graduação quando virou professora da Famecos. Ela foi chamada como substituta, e conta que era confuso ter dois status, principalmente com os outros docentes, que a encontravam na sala de aula e na sala dos professores. Foi nesse momento que ela desistiu de cursar o terceiro curso de comunicação para ser professora e, mais que isso, educadora, como faz questão de frisar. Os alunos também pediram dicas sobre o mercado de trabalho. O mais importante, disse Cristiane, é agregar valor ao currículo, fazer outros cursos, ter o diferencial. “Qual é a profissão que hoje não tem um mercado difícil? Tem que batalhar pela vaga, não pode achar que vai cair do céu”, afirma ela.
O amor pela faculdade onde trabalham também foi muito mencionado pelos três profissionais. “Eu venho para a Famecos para ser feliz. Eu nunca antes trabalhei para ser feliz. Vim para passar um ano aqui e vou completar 30”, resume Leonam. E encerrou a palestra com uma dica valiosa aos estudantes. “Curtam isso aqui, façam tudo o que tem para fazer, porque não vai voltar”, diz ele.