Ernesto Fagundes não poderia ter escolhido uma carreira diferente. Desde pequeno, influenciado pelos hábitos tradicionalistas do pai, Bagre Fagundes, começou a aprender a utilizar instrumentos que criavam sons de estilo gauchesco. Em meados dos anos anos 80, ele e toda a sua família começaram a trilhar uma história de sucesso na música do Rio Grande do Sul. “O Canto Alegretense”, tradicional música que representa os gaúchos, não poderia ter saído de uma família se não a dos Fagundes.
Na última terça-feira, em uma conversa descontraída com alunos da Famecos, umas das atividades da disciplina de Jornalismo Especializado, ministrada pelos professores Almir Freitas e Juan Domingues, Ernesto falou sobre carreira e família, além de contar muitas histórias que envolvem o famoso sobrenome. Dentre as várias lembranças, ele recorda com carinho a ida para a França, onde teve o privilégio de se apresentar no Museu do Louvre ao lado do pai, do tio e dos irmãos. “Gaúcho é peitudo, vai para a França e leva vinho”, lembra ele, às gargalhadas. Em muitos lugares por onde passou viu muita gente pedindo para tocar músicas de Gildo de Freitas, famoso cantor e compositor gaudério: “Toca Gildo é o nosso toca Raul”.
No final da entrevista, provocado pelos alunos sobre o futuro do tradicionalismo gaúcho, Ernesto respondeu com uma famosa frase do compositor e cantor Luís Meneses: “A tradição não tem medo do tempo”. E completou, dizendo que “a tradição é eterna, o gauchismo é eterno”. Segundo o músico, o regionalismo gaúcho é ainda muito jovem e tem muito o que crescer.