O professor da Famecos Vinícius Mano mediou a conversa (Foto: Natalia Pegorer)
Com o auditório 3 do prédio 40 cheio, o publicitário Zeca Honorato e o jornalista Tiago Ritter conversaram com os estudantes sobre publicidade e propaganda, na palestra O futuro é exponencial. Com a mediação do professor Vinícius Mano, o encontro começou com Tiago Ritter conversando sobre a sua experiência como jornalista no meio publicitário. Formado na UFRGS, Ritter começou sua carreira como webdesigner. Junto com três amigos, fundou a empresa W3haus. Após 15 anos, a agência inaugurou um escritório em Londres. Hoje, com mais de 500 funcionários, a W3haus tem sede em Porto Alegre e São Paulo.
Ritter abordou assuntos atuais do mercado brasileiro e internacional. O exponencial, tema da palestra, retrata as novas tecnologias e objetos que conseguem ter um bom crescimento no meio em que se encontram. As tecnologias exponenciais seguem alguns critérios: devem ser digitalizadas, democratizadas, materializadas, não podem envolver muito dinheiro, entre outras características.
Através de cases produzidos pela sua empresa e por outras agências publicitárias, Ritter mostrou aos alunos o que o mercado está produzindo atualmente. Um dos pontos altos da palestra foi quando o jornalista mostrou os detalhes da ferramenta Causa Brasil, uma plataforma utilizada durante as manifestações que ocorreram no país, em 2013. O site monitorava todos os comentários feitos a respeito das manifestações nas redes sociais e, assim, criava o mapeamento dos protestos. A partir de uma frase de um dos criadores do Google, Ritter encerrou sua participação dizendo que ideias inovadoras devem ser colocadas na rua imediatamente. “A perfeição do produto é adquirida com o tempo”. Quanto ao futuro, Ritter aposta na programação de computadores. “Antigamente, se dizia que o futuro era saber falar uma língua estrangeira. Hoje, eu diria que é aprender a programar”.
A história da publicidade na vida de Zeca Honorato
Honorato iniciou a palestra apresentando uma retrospectiva pessoal. Em 1993, quando começou o curso de Publicidade e Propaganda na Famecos, ele lembrou que o mercado de trabalho era diferente do atual. “Todos que faziam publicidade nos anos 1990 visavam apenas a uma área de atuação, diferente de hoje, onde o mercado é tão abrangente”. Dois anos após o início do curso, em 1995, Honorato já colecionava indicações a prêmios, como Redator Publicitário do Ano. Ao negar proposta para trabalhar em São Paulo, ele foi convidado, em 2000, para lecionar na Famecos.
Ao lembrar a campanha dos Monstrinhos da RBS, realizada pela agência Paim, Honorato diz que foi o trabalho que mais lhe deixou orgulhoso.”Há momentos na vida em que temos a chance de realizar trabalhos que nos trazem satisfação”. Após um ano, foi eleito o Profissional de Propaganda do Ano no Rio Grande do Sul, se tornando o mais jovem a ganhar um prêmio dessa categoria no Estado. Em 2005, abriu sua própria agência, a AMA. “Nós abrimos a agência com o intuito de fazer, simplesmente, publicidade”.
Em 2o15, Honorato diversificou a essência da agência. “A AMA agora abrange mais áreas, como a indústria de roupas e estampas”. Honorato encerrou sua fala com uma dica para os estudantes e futuros publicitários: “Vivam por aquilo que dá frio na barriga”.
Por Renata Saraiva