No último dia 25 de outubro o presidente do Grupo Record RS, Natal Furucho, concedeu uma entrevista coletiva aos alunos do primeiro semestre do curso de jornalismo da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS, disciplina ministrada pelo professor Juremir Machado da Silva. A meta da empresa, nos próximos cinco anos, é dominar o mercado e ser a emissora número um no Brasil.
Nos últimos anos, os investimentos na empresa ultrapassaram os R$ 18 milhões. Isso apenas para trocar do equipamento analógico para o digital. Cada câmera com captação FullHD custou entre U$ 50 e 80 mil, e toda programação já é transmitida em alta qualidade. O próximo passo é conquistar o público “da volta” [local], diz Natal Furucho: “O mais importante para uma emissora de TV é se regionalizar, conquistar o público”.
Para se tornar a maior emissora do Brasil, o presidente alerta que é preciso “prestar muita atenção nos pequenos detalhes”. Um dos seus projetos de maior prioridade é um espaço para gravações: “A minha ideia é fazer um grande estúdio para gravar as novelas”, diz.
O presidente do Grupo Record RS disse que gosta de participar pessoalmente de todos os setores da empresa e costuma fazer reuniões a cada 15 dias com o departamento financeiro para averiguar a situação. “Se a gente não sonha grande, a gente nunca vai ter visão do futuro”, garantiu enquanto falava sobre investimentos e tendências. Para ele, o veículo inteiro deve receber atenção, e todo funcionário deve manter o bom humor para que tudo funcione de forma descontraída e fluente. Falou ainda sobre o conteúdo, que a programação não fará muita diferença, e, sim, a qualidade. Quando questionado sobre programas culturais, foi enfático: “São poucas pessoas que assistem canal aberto para ter acesso à cultura; assistem canal fechado”.
O empresário também foca os meios digitais para fortalecer ainda mais o Grupo Record RS. Para versões de jornal digital, deixou claro: “Particularmente, não acho que vá substituir o jornal impresso nos próximos dez anos”. Por isso tem calma para cuidar dos assuntos tecnológicos. Comentou que o iPhone não lê plugins do programa Flash, da Adobe, e por isso é crucial que existam duas versões de software: para o celular, e para o computador. “Tem que dominar todos os meios”.
Ao final, questionado sobre qual o perfil do profissional do futuro, respondeu: “Costumo defender muito que o profissional do futuro é o do século. Não é mais do futuro porque a gente não sabe como vai ser. Muita coisa que a gente está comentando aqui, agora, quando eu sair daqui pode ser que elas já estejam obsoletas. Já chegou em uma fração de tempo muito menor do que se esperava. Mas o profissional desse século é o que necessariamente precisa ter um embasamento muito maior a respeito do que eu chamo de visão periférica das coisas”.