O produtor francês Pierre Obadia palestrou nessa quinta-feira (9), na Arena da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS. Com uma qualificada especialização em grandes eventos na bagagem, como a Copa do Mundo 2014, falou sobre a produção e tudo o que envolve este tipo de trabalho, como a transmissão, a engenharia e as tecnologias.
Obadia já conhecia os alunos da Famecos Guilherme Macedo e Willian Szak, pois atuaram juntos durante a Copa. E foi em clima de amizade e descontração que ele conversou com alunos e professores, mostrando universos extremos em que trabalhou. Segundo ele, trabalhar com a FIFA é usar todas as novas tecnologias. É ter tudo à disposição. Ao contrário de sua experiência de dois anos em Myanmar, um país que viveu em regime ditatorial até 2011, e ainda tenta se habituar às tecnologias. O orçamento era limitado, e as pessoas ainda não haviam aprendido a lidar com transmissões em mídias televisivas. Por fim, obteve grande reconhecimento lá, depois de 32 transmissões dos South East Asian Games.
Ele ressaltou que a cada Copa do Mundo há novas tecnologias. Na edição brasileira, utilizaram as transmissões via 4K e 8K. Obadia contou que a Host Broadcast Services (HBS) é responsável pelos equipamentos e que as emissoras compram da HBS as imagens, mas que cabe ao Centro Internacional de Transmissão (IBC) uniformizá-las. Na Copa do Mundo deste ano, por exemplo, apenas algumas nações obtiveram outras transmissões exclusivas, como a Alemanha e França.
De forma descontraída, estudantes e professores indagaram o produtor. Uma das perguntas dizia respeito às futuras novidades para as transmissões das Olimpíadas ou da Copa do Mundo 2018. Ele respondeu que não participa do processo, mas que pode garantir que serão utilizadas câmeras no solo. Obadia deu um conselho aos estudantes: “Não basta ter paixão pelo futebol. Tem que ter paixão por transmitir. Assim, o trabalho será bem feito e alcançará o sucesso”.