Dez imagens (fortes) do dia de terror em Jacarta, capital da Indonésia, foram publicadas nessa quinta-feira (14) em matéria veiculada no site da Revista Exame. Durante a manhã, um ataque terrorista financiado pelo grupo extremista Estado Islâmico na cidade deixou ao menos sete mortos e 19 feridos. As fotos de autoria de fotógrafos da Reuters retratam cenas de horror.
O professor de fotojornalismo da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS Eduardo Seidl avalia as imagens e o comportamento do repórter fotográfico e das outras funções da indústria jornalística. Ele acredita que as fotografias passam a ser símbolo de debate, lembrando o caso do menino sírio morto numa praia da Turquia, em 2015, cuja imagem foi questionada diversas vezes. O professor afirma que utilizar essas fotos para mostrar a barbárie sem a contextualização crítica é usar de forma sensacionalista, apenas para atrair cliques. “A fotografia contextualizada cumpre a função social do jornalismo, trazendo a informação completa”.
Seidl percebe que as fotografias do ataque terrorista em Jacarta não são do ato em si, mas de suas consequências, demonstrando uma visão abrangente do repórter no cumprimento do seu trabalho. Para ele, o próprio terrorismo é um ato de comunicação. “A imagem passa a ser o objetivo do atentado terrorista, porque tem um alcance maior”. O professor destaca que não se deve apenas aceitar as imagens, mas utilizá-las como instrumento de conscientização.
Ele lembra do atentado às torres gêmeas do World Trade Center, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001. “Quando perceberam que as imagens das vítimas eram um dos objetivos dos terroristas por mostrarem fragilidade, as fotografias em que apareciam essas pessoas foram retiradas de circulação”. Seidl reforça que a foto tem poder testemunhal e é uma forma de atingir os sentimentos. “Ver a vítima provoca comoção”.