Na última sexta-feira (09), o publicitário e sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles, palestrou no auditório da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS, sobre a ascensão da população brasileira a classe C, a nova classe média: seus hábitos, preferências, importância social e econômica. No palco, além do coordenador do curso de Jornalismo da faculdade, Fábian Chelkanoff, e Meirelles, estava também a deputada Manuela D’Ávila, que coordenou o ciclo de palestras “Trocando Ideias”.
Com o auditório praticamente lotado, Renato, de maneira descontraída, explicou como a sociedade brasileira chegou a essa nova organização social. Segundo o palestrante, de 2003 para cá, cerca de 40 milhões de brasileiros saíram da linha da pobreza e passaram a constituir a nova classe média do país. Hoje, a classe C representa 54% da população e cresce quatro vezes mais rápido que as classes A e B. Isso ocorreu pela geração de novos empregos formais, 20 milhões só na última década, o que impulsionou o aumento da renda mensal de muitas famílias. “O impacto na economia se dá pelo fortalecimento de mercados que antes eram quase invisíveis. A classe C brasileira consome por ano R$ 1.17 trilhões. É um mercado tão grande que, se fosse um país, seria o 18º do mundo em consumo. Seria, na prática, um G20 do consumo mundial”, diz o publicitário. Além de comprar muito, os cidadãos da classe média são também mais exigentes e geralmente pesquisam preços.
Sobre a classe C gaúcha, Meirelles afirma ser mais leitora de jornais, conectada a internet e com maiores níveis de escolaridade que o restante do país .”A classe C gaúcha é a classe A das outras regiões”, disse o palestrante. Ele explicou que essa mudança se reflete também na publicidade: “A classe C quer se ver representada na televisão. Ela quer garotos propaganda que dialoguem com seu cotidiano. O aspiracional da classe C deixou de ser o galã de novela para ser o vizinho do lado que deu certo. A propaganda brasileira precisa de pessoas que exemplifiquem isso”.