A segunda palestra do seminário A Vida em Fatias – Conversas sobre Séries de Tv, que ocorreu nessa segunda-feira (27), em comemoração aos 10 anos do Curso Superior de Tecnologia em Produção Audiovisual (TECCINE) da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) debateu sobre o tema Escrevendo, montando e dirigindo séries. Com mediação da professora Aletéia Selonk, a mesa foi composta por Léo Garcia, Ana Luíza Azevedo, e Milton do Prado, grandes profissionais do mercado audiovisual.
O início foi a partir de uma contextualização das séries americanas, pois o Brasil está atrasado 50 anos comparado ao mercado audiovisual dos EUA, segundo o roteirista Léo Garcia. O Brasil, portanto, tem que correr atrás e aprender com eles. Para quem cria séries, o desafio maior é deixar o público “viciado”, pois histórias em si não resultam em séries, é preciso ter um grupo de histórias. O roteirista apresentou aos estudantes e professores presentes a montagem da série LOST, frisando a busca por escritores, os interesses em comum e as ideias interligadas. Para Garcia, ao criar deve-se ser produtor também. Ele relaciona também que a TV paga está mudando o mercado brasileiro. Ele é coordenador da Alfaiataria Itinerante, um laboratório de criação de séries que irá acontecer em sete cidades do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, Alegrete, Bagé, Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas e Santa Maria.
Com ampla bagagem de direção, Ana Luíza Azevedo concentrou sua palestra nas suas séries humorísticas, como Doce de Mãe, da Globo. Primeiramente, ela disse que é preciso conhecer o público, o horário e se o canal onde a série será exibida é aberto ou fechado. Isso faz parte do trabalho prévio, como decupar o produto e pensar cena a cena. Assim, a série ganha uma identidade. Milton do Prado lembrou que atualmente há um excesso de produção audiovisual e que é preciso entender como é esse novo produto. “O mercado audiovisual precisa se reinventar, até na cultura, pois, para a maioria dos brasileiros, a novela é o produto seriado mais assistido”, disse, acrescentando que o desafio maior das séries é trabalhar com o arco dramático e suas durações.