Na manhã desta quarta-feira, 30, o editor da revista Serrote e coordenador da coleção Jornalismo Literário, Matinas Suzuki Jr., esteve no Teatro do Prédio 40 para palestrar sobre jornalismo de revista. Junto com os editores Eduardo Socha, da revista Cult e Tito Montenegro, criador da revista Norte, Matinas traçou um panorama do mercado atual, comentou sobre os projetos da sua publicação e os desafios de fazer textos de qualidade no Brasil.
A revista Serrote completa um ano. Está na sua 3ª edição e tem circulação quadrimestral. Com o apoio do Instituto Moreira Salles, a Serrote tem a possibilidade de abordar temas sem se preocupar com espaços publicitários e vendas. “Um privilégio”, exalta Suzuki. Mesmo com essa incomum facilidade de publicação, Suzuki acredita que “o mercado tem brechas para projetos de qualidade e para o não-conformismo com a situação atual que nos é oferecida pelos veículos impressos”.
O editor afirma que a Serrote nasceu para o papel, mas que ela também estará na Internet, pois não é necessário evitar as novas mídias. Entretanto, Suzuki confia que o público da revista se manterá fiel ao papel.
Questionado sobre o sucesso da coleção Jornalismo Literário, Suzuki discorda que o leitor procura nos livros o que falta no jornal impresso ou na Internet. Para ele, os livros surgem para uma camada da população que não tinha, no mercado nacional, publicações literárias como a revista americana New Yorker. Suzuki ainda lamenta a falta de escritores nacionais sobre jornalismo literário, permitindo a estrangeiros a maior parte da autoria da coleção. A palestra da qual Suzuki participou fez parte da programação do 22º SET Universitário e foi mediada pelo professor da Famecos Antonio Hohlfeldt.