“Os comunicadores são arquitetos sociais”. Foi assim, reconhecendo a necessidade de uma comunicação séria e defensora acima de tudo dos interesses públicos, que Stefano Rolando dirigiu a conferência do segundo dia do congresso da Abrapcorp. Na palestra, que aconteceu neste dia 21, às 9h no Teatro do Prédio 40 da PUCRS, Rolando explicou que a comunicação entre governo e população é a melhor maneira de construir a opinião e (o que Rolando chama felicidade) o bem-estar social.
O esclarecimento da população, a promoção das políticas governamentais e a facilitação da compreensão das leis são os principais pontos defendidos por Rolando, o que ele classifica como “tornar um país explicável”. Utilizando exemplos do campo das artes, como obras renascentistas e medievais, ele relacionou comunicação, jornalismo e publicidade, defendendo que a comunicação pública já é vista como indispensável há muito tempo.
Rolando foi adiante: “A felicidade é algo a ser avaliado em um país, assim como estatísticas e taxas de desenvolvimento econômico”, e um processo que depende das políticas sociais, “a comunicação pública deve intermediar a relação nação, ou empresa, e coletivo, sempre visando o bem-estar social, a felicidade”, disse o conferencista, defendendo que, ainda que levando em conta a economia, os meios devem sempre visar o cidadão. Por mais que na história da humanidade a comunicação de utilidade pública já tenha sido usada de forma negativa, Rolando deixou claro que não se deve ignorar o princípio de “democracia participativa”, aquela construída basicamente pela participação ininterrupta dos indivíduos e a inegável necessidade da comunicação pública nos processos de transformação política.
Stefano Rolando é cientista político e professor-doutor da Universidade de Línguas e Comunicação de Milão (IULM). Com currículo invejável, incluindo a presidência do Clube de Veneza, um encontro que busca reunir líderes e representantes de sistemas de informação da Europa para discutir a comunicação, é autor de livros, como Um País Explicável e Democracia participativa na Europa e Itália, e diretor da Revista Italiana de Comunicação Pública.