A oficina Curtas Gaúchos: Documentário e Ficção no mercado do Rio Grande do Sul, ministrada pelo diretor do Núcleo de Produções Especiais da RBS TV, Gilberto Perin, resgatou a história da televisão gaúcha e abordou o processo de produção audiovisual do Estado. Há 42 anos atuando no mercado, o produtor foi um dos idealizadores do Curtas Gaúchos, criado no final da década de 90.
O projeto, que hoje aposta em novos talentos e movimenta uma indústria regional, enfrentou resistência devido à ausência de uma cultura de produções próprias. “No começo, tivemos que reeducar internamente o processo para o pessoal entender. Houve uma resistência interna óbvia, mas logo as pessoas entenderam que o entretenimento dá dinheiro”.
Segundo Perin, a dificuldade de aceitação das produções de entretenimento foi consequência de uma estagnação desse segmento no Estado, que teve início em meados da década de 60 e só voltou a ganhar fôlego em 1989, com o lançamento do documentário Ilha das Flores.
A primeira produção do Curtas Gaúchos estreou em 31 de julho de 1999, com a série “20 gaúchos que marcaram o século XX”. Hoje, contabiliza um histórico de 828 curtas exibidos e serve como vitrine para novos cineastas, além de estimular o crescimento das produtoras no mercado da comunicação. Para o produtor, o sucesso dos programas passa pela regionalidade das produções. “O entretenimento tem que ter a cara da gente. Seja por causa da repercussão, que é maior, ou pela identificação do público”.
Atualamente, as produções realizadas pelo grupo são exibidas na RBS TV, no Canal Brasil e na Globo Internacional, onde são transmitidas para 115 países. Perin ressalta que, por esse motivo, há sempre a preocupação em contar histórias que sejam regionais, mas que, ainda assim, possam interessar e ser compreendidas por qualquer pessoa, independentemente de ter familiaridade com o Estado.