Entrou finalmente em férias e não sabe o que ler? Ou tem milhões de livros na estante, mas mesmo assim quer outras dicas de leitura? Seja qual for o momento que esteja passando, o portal Eu Sou Famecos vai ajudar você! Com o intuito de estimular o gosto pela leitura – tanto por obras clássicas e lançamentos, quanto por histórias que impactaram a vida de cada um –, seis professores da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS indicam livros para você expandir vocabulário, aproveitar o tempo de lazer e absorver conhecimento. Além das sugestões, outros 12 livros foram selecionados como forma de diversificar o leque de opções. Boa leitura!
1. “Caminhar, uma filosofia” – Frédéric Gros
Sugestão do professor do curso de Jornalismo Eduardo Seidl: “Não há fotojornalismo sem caminhar. É imprescindível”
Propõe uma reflexão sobre o ato de caminhar. O autor explora a literatura, a história e a filosofia, apresentando o exemplo de grandes pensadores que encontravam inspiração caminhando: Rimbaud e a tentação da fuga, Gandhi e a política de resistência, sem esquecer Kant e suas caminhadas cotidianas em sua cidade natal.
2. “A invenção de Morel” – Adolfo Bioy Casares
Sugestão da professora do curso de Publicidade e Propaganda Cristina Schroeder de Lima: “Grande reflexão sobre a questão da imagem”
Narra a aventura de um fugitivo que chega a uma ilha na qual encontra um grupo estranho de pessoas, entre elas uma mulher que o atrai. Mas o segredo do enredo está em uma máquina, que pode ter sido criada para dar imortalidade às pessoas.
3. “1984” – George Orwell
Sugestão da professora do curso de Jornalismo Fernanda Cristine Vasconcellos: “Todos os jovens precisam ler pelo menos uma vez na vida. Permite entender que tudo tem dois lados na vida e que é necessário ver a vida com menos inocência e mais clareza. Ajuda a enxergar além da superfície”
Winston, herói de 1984, último romance de George Orwell, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O’Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que ‘só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade – só o poder pelo poder, poder puro.’
4. “Rita Lee – Uma autobiografia” – Rita Lee
Sugestão da coordenadora do Espaço Experiência Paula Puhl: “Figura feminina singular no rock brasileiro”
Do primeiro disco voador ao último porre, Rita é consistente. Corajosa. Sem culpa nenhuma. Tanto que, ao ler o livro, a sensação de estar diante de uma bio não autorizada, tamanha a honestidade nas histórias, é natural. A infância e os primeiros passos na vida artística; sua prisão em 1976; o encontro de almas com Roberto de Carvalho; o nascimento dos filhos, das músicas e dos discos clássicos; os tropeços e as glórias. Rita Lee escreveu, escolheu as fotos e criou as legendas – até decidiu a ordem das imagens –, fez a capa, pensou na contracapa, nas orelhas.
5. “Foi-se o martelo” – Ben Lewis
Sugestão do professor do curso de Jornalismo Marco Antônio Villalobos: “Estou lendo pela segunda vez. É fantástico”
As piadas sobre o comunismo são o mais estranho, engraçado e talvez até o mais significativo dos legados daqueles oitenta anos de experimentação política, na Rússia e no Leste Europeu. Ben Lewis conta o que realmente aconteceu nesse período por meio das piadas e das histórias das pessoas que as contavam – muitas delas acabaram no Gulag, embora outras tenham desfrutado de altos cargos ou se tornaram estrelas do teatro e do cinema.
6. “Na natureza selvagem” – Jon Krakauer
Sugestão da professora do curso de Relações Públicas Silvana Sandini: “Leitura agradável”
Depois de terminar a faculdade com brilhantismo, Chris McCandless, jovem americano saudável e de família rica, doa todo o dinheiro que tem, abandona o carro e a maioria de seus pertences, adota outro nome e some na estrada, sem nunca mais dar notícias aos pais. Dois anos depois é encontrado. Por onde andou e o que buscava? Quem era realmente Chris McCandless? Para responder a essas perguntas, Krakauer refaz a longa saga do aventureiro até o dia em que o acharam.
Outras sugestões
1. “Capitães da Areia” – Jorge Amado
Narra a história da vida urbana de meninos pobres e infratores que moram num trapiche abandonado no areal do cais de Salvador, vivendo à margem das convenções sociais. O livro revela os personagens, cada um deles com suas carências e suas ambições – do líder Pedro Bala ao religioso Pirulito, do ressentido e cruel Sem-Pernas ao aprendiz de cafetão Gato, do sensato Professor ao rústico sertanejo Volta Seca.
2. “Admirável mundo novo” – Aldous Huxley
Escrito em 1931, é uma “fábula” futurista relatando uma sociedade completamente organizada, sob um sistema científico de castas. Não haveria vontade livre, abolida pelo condicionamento; a servidão seria aceitável devido a doses regulares de felicidade química e ortodoxias e ideologias seriam ministradas em cursos durante o sono.
3. “A insustentável leveza do ser” – Milan Kundera
É um livro em que o desenvolvimento dos enredos erótico-amorosos se conjuga com extrema felicidade à descrição de um tempo histórico politicamente opressivo e à reflexão sobre a existência humana como um enigma que resiste à decifração – o que lhe dá um interesse sempre renovado. Quatro personagens protagonizam essa história – Tereza e Tomas, Sabina e Franz.
4. “Grande Sertão: Veredas” – João Guimarães Rosa
O autor utiliza da linguagem própria do sertão para que Riobaldo conte sua história. Rosa busca apresentar a vida dos personagens de seu próprio ponto de vista, narrando a vida de jagunço com suas características – o amor, a morte, o sofrimento, o ódio e a alegria.
5. “Sapiens – Uma breve história da humanidade” – Yuval Noah Harari
O autor repassa a história da humanidade, ou do homo sapiens, desde o surgimento da espécie durante a pré-história até o presente. Ele relaciona os fatos com questões do presente e os questiona de maneira surpreendente. Além disso, para cada fato ou crença que temos como certa hoje em dia, o autor apresenta as diversas interpretações existentes a partir de diferentes pontos de vista, inclusive as muito atuais, e vai além, sugerindo interpretações muitas vezes desconcertantes.
6. “O valor do amanhã” – Eduardo Giannetti
O autor defende que os aspectos dos juros são parte de um fenômeno natural maior, tão comum quanto a força da gravidade e a fotossíntese. O autor procura mostrar que questões concretas – como a alta taxa de juros no Brasil – podem ter raízes comportamentais e institucionais ligadas à formação da sociedade
7. “Enclausurado” – Ian McEwan
O narrador deste livro é nada menos do que um feto. Enclausurado na barriga da mãe, ele escuta os planos da progenitora para, em conluio com seu amante que é também tio do bebê, assassinar o marido.
8. “Morangos Mofados” – Caio Fernando Abreu
Foi publicado em 1982, período caracterizado pela abertura política e pelo início de um processo de democratização em conseqüência do fim da Ditadura Militar no Brasil. Trata-se de um livro de contos onde, em quase todos eles, o escritor aborda seus temas preferidos: o estranhamento, a solidão, a dor e o sentimento de marginalização.
9. “A sangue frio – Relato verdadeiro de um homicídio” – Truman Capote
Fruto de investigação, feita ao longo de meses, a obra combina a objetividade factual e os recursos da narrativa de ficção, contando a história da chacina da família Clutter e dos autores do crime, executados em 1965. A sangue frio é um marco na história do jornalismo e da literatura dos Estados Unidos. Reflexão sutil sobre as ambigüidades do sistema judicial do país, o texto desvenda o lado obscuro do sonho americano.
10. “Rota 66 – A história da polícia que mata” – Caco Barcellos
Rigorosa investigação sobre o trabalho da Polícia Militar de São Paulo entre as décadas de 1970 e 1990. Caco Barcellos denuncia a atuação irregular da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota) como um verdadeiro aparelho estatal de extermínio. Um esquadrão da morte responsável pela morte de milhares de pessoas. A maioria delas inocente.
11. “Cem dias entre céu e mar” – Amyr Klink
Relato de uma travessia considerada incomum – mais de 3500 milhas (cerca de 6500 quilômetros) desde o porto de Lüderitz, no sul da África, até a praia da Espera no litoral baiano, a bordo de um pequeno barco a remo. Amor Klink se propõe a narrar, passo a passo, os preparativos, as lutas, os obstáculos e os presságios que cercaram a viagem.
Nêmesis integra uma tetralogia de novelas formada também por Homem comum, Indignação e A humilhação. Trata-se de mais um exemplo sintomático da intensidade da produção de Philip Roth, que volta a estimular, com doses altas de melancolia, o embate entre o protagonista e sua própria finitude. Na escrita poderosa de Roth, há poucas chances de o herói sair vitorioso.
* Todas as sinopses foram extraídas do site da Livraria Cultura.
Agradecimento especial a Sabrina Vicari, bibliotecária coordenadora da Biblioteca Irmão José Otão, da PUCRS, a Valmir Jr, auxiliar na mesma unidade, e a todos os colaboradores da biblioteca que auxiliaram na produção da foto de destaque desta reportagem.