Inaugurado oficialmente em 1974 e com sede em Porto Alegre, o canal TV Educativa (TVE) foi atingido pelo corte de gastos promovido pelo governo do Estado. O orçamento, reduzido pela metade, resultou na diminuição de serviços e programas tradicionais. Para conseguir manter o investimento em programação, a alternativa foi realizar parcerias com produtoras independentes do Interior e da Capital.
Cinco programas tiveram o seu cancelamento confirmado – Primeira Pessoa, Mídia em Debate, Mobiliza, TVE nos Festivais e Hip Hop Cultura de Rua – e sete novas produções integram a grade da emissora. As atrações retiradas do ar foram aquelas em que a audiência não justificava sua permanência. As novidades na programação estão previstas para iniciar no próximo dia 18 de maio, com a ampliação das áreas de jornalismo e esporte.
Pela primeira vez a emissora está controlando a sua audiência, e para a professora da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS Cristiane Finger isso é um fator relevante para uma possível melhora. “Acho que o caminho e as atitudes anunciadas pela TVE são interessantes, porque é necessário que eles se preocupem com a audiência, realizem parcerias e renovem a sua programação”.
A professora afirma que não é preciso que o canal se preocupe em competir com emissoras privadas, pois é necessário que entre elas exista uma complementação. “A televisão estatal deve ter qualidade de programação e atender diversos públicos, obrigando as emissoras privadas a serem ainda melhores”.
Para que as mudanças no canal apresentem um bom resultado, Cristiane sugere algumas alternativas. Entre elas, a pesquisa qualitativa, para entender o telespectador, e o patrocínio vindo de anúncios institucionais. Além disso, é preciso que a TVE se preocupe em ter na sua programação atrações que possam atingir as pessoas que não se sentem representadas por outras emissoras. “Fazer um programa de qualidade não é difícil. O desafio é ter audiência, ser atrativo e não custar valores absurdos”, avalia.