A designer de interatividade do jornal “The Guardian”, de Londres, Mariana Santos, marcou presença na noite desta terça-feira (18) no 25° SET Universitário. Integrante do time que conta histórias através de base de dados visuais e interfaces interativas, a portuguesa mostrou projetos do jornal que integram o conceito de open journalism: muitos, incluindo os leitores, constroem a notícia sobre pontos de vista diferentes, mediados pelo repórter.
Mariana começou fazendo um breve relato a respeito do seu período acadêmico. Revelou não ter sido uma aluna muito assídua nas aulas, devido à dedicação em outras áreas como o teatro e o francês. Com grande anseio em viajar e conhecer novas culturas, fez um intercâmbio para a França. Dessa experiência, escreveu um livro incentivando pessoas a saírem de casa para terem experiências diferentes no exterior. Morou em Berlim, onde trabalhou na Universal Music como designer de capa de CDs. Lá conheceu as pessoas que a levaram para um estágio no The Guardian, em Londres. “Só estou contando tudo isso para dizer que não há muita diferença entre eu e vocês”, disse Mariana, incentivando a platéia a acreditar e valorizar o seu trabalho.
A designer sempre teve paixão por tecnologia e arte. No jornalismo de dados, ela vê tendências e conta isso através de histórias visuais e animadas. “Tenho um papel de cientista”, define. Mariana mostrou exemplos de trabalhos do The Guardian e de outros jornais, como montagens de gráficos animados para explicar dados complexos e notícias que produzem mapas em 3D com anotações editoriais e outros tipos de mídias.
As forças sociais e o esforço coletivo são valorizadas em seu trabalho diário. “No The Guardian, pensamos que nós, jornalistas, temos que usar as mídias sociais a nosso favor, para transmitir as notícias”, salientou. Quanto ao futuro, Mariana aposta na plataforma mobile como meio para contar histórias.