Às 21h02min do dia 2 de março, debaixo de muita chuva, a banda Rolling Stones entrava no palco do Beira Rio para promover uma noite memorável para os 48 mil fãs que lotavam o estádio. Se o show foi memorável para alguns, para outros foi inesquecível. É o caso dos 24 representantes do Coral da PUCRS que dividiram o palco com a banda britânica.
Rafael Santos, aluno de Jornalismo da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS, esteve entre os participantes. Quando entrou no Coral, há um ano e meio, seu principal objetivo era aprimorar a técnica vocal. Apesar de estudar música desde os 4 anos de idade, Santos afirma que nunca imaginou passar pela experiência de cantar em um show dos Stones. You Can’t Always Get What You Want. Mas ele, junto com outros 23 representantes, pôde.
A notícia veio em dezembro de 2015, por e-mail. Eles haviam passado no processo de seleção feito pela produção da banda. Junto, o recado de que essa informação precisava ser mantida em segredo. Um grupo no WhatsApp foi a solução encontrada pelos selecionados para dividir a euforia. Mas, à medida que o dia foi se aproximando, o nervosismo ficou cada vez mais difícil de controlar.
Santos, que teve o sono prejudicado pela ansiedade desde o fim de semana anterior, se encontrou com os demais participantes logo cedo. O dia era de agenda lotada, e, às 12h do grande dia, o grupo já estava a caminho do estádio Beira Rio. “A ansiedade era tanta que nem percebemos o tempo passar”, diz. Pontualmente no horário marcado, a banda britânica subiu ao palco pela Olé Tour.
A primeira parte do show foi assistida pelo grupo, da Pista Premium. Em seguida, o Coral fez as últimas preparações no camarim. Chegou, enfim, o momento de apresentar o coro ensaiado ao longo dos quase três meses. Sob a regência do maestro Marcio Buzatto e da preparadora vocal Cíntia de Los Santos, os 24 integrantes cantaram a introdução da música You Can’t Always Get What You Want.
Hoje (9) faz uma semana que o grupo vivenciou o maior momento da história do Coral da PUCRS, que completa 60 anos em 2016. Além de grandes oportunidades, o Coral proporcionou um crescimento de ideias no aluno de Jornalismo. “Mudou um conceito que eu tinha de que arte é arte e música é música. É possível um intercâmbio entre todos os estilos”, afirma.
Intercâmbio que ele acredita ser viável, também, entre o jornalismo. “Assim como o jornal relata tudo, existe alguma música para descrever todos os momentos”. Nesse caso, talvez But if you try sometimes, yeah, you just might find you get what you need seja o verso adequado.